FINANÇAS - Você Administra Bem o Seu Dinheiro?
Você
Administra Bem o Seu Dinheiro?
"Cuidado! Fiquem de
sobreaviso contra todo tipo de ganância;
a vida de um homem não
consiste na quantidade dos seus bens". Lc 12:15
O dinheiro nos atrai e nos seduz.
Dedicamos nossas vidas a ganhá-lo, ficamos sem dormir à noite calculando como
acumular mais dele e estamos sempre correndo atrás de mais dinheiro.
E por que estamos sempre querendo mais
dinheiro? Porque estamos muito interessados naquilo que ele pode comprar, e
assim deixamos que os desejos consumistas assumam o controle das nossas
decisões. Compramos, gastamos, fazemos dívidas e, quando menos esperamos,
estamos enfrentando problemas financeiros.
Uma parte significativa da população está
nessa situação. E não são pessoas de uma classe social apenas: além de
trabalhadores de baixa renda, profissionais liberais (médicos, advogados,
engenheiros, dentistas, etc.) e até empresários administram mal as finanças,
gastam mais do que ganham e não conseguem pagar todas as contas. Ou seja, a
má administração financeira não depende, necessariamente, do nível de renda das
pessoas.
"O que é que trouxemos
para o mundo? Nada! E o que é que levamos do mundo? Nada! Portanto, se temos
comida e com o que nos vestir, fiquemos contentes com isso" 1Tm
6:7-8. Esse texto bíblico nos ajuda a compreender uma das principais
razões pelas quais as pessoas envolvem-se em problemas financeiros: elas não
estão satisfeitas com aquilo que Deus já lhes concedeu.
Podemos nos abster de muitas coisas, mas
creio que é impossível, atualmente, vivermos sem utilizar o dinheiro. Então, é
conveniente sabermos como lidar com ele. A seguir, veremos algumas dicas de
como é possível ter as finanças sob controle e de
acordo com o que Deus orienta através da Sua palavra.
É claro que para administrar dinheiro é
necessário ter uma fonte de renda. Por isso, o trabalho é fundamental. "Com
o suor do seu rosto você comerá o seu pão..." Gn 3:19. Como o
mercado de trabalho está cada vez mais competitivo, para ocupar melhores cargos
e obter remuneração mais alta é preciso estar preparado quando as oportunidades
surgirem. Além de conhecimento e aptidão para exercer uma função,
características pessoais de integridade e caráter também estão sendo cada vez
mais valorizadas e precisam ser desenvolvidas. Isso exige esforço e dedicação.
Por isso, empenhe-se em qualificar-se e seja diligente no trabalho, em tudo
o que fizer. Quem age assim, certamente sempre terá trabalho. Lembre-se: "As
mãos diligentes governarão, mas os preguiçosos acabarão escravos" Pv
12:24.
Ao falarmos de administração financeira
pessoal, surge a seguinte pergunta: "Você gostaria de sempre
ter dinheiro?" Se a resposta for afirmativa, para que isso aconteça é necessário
apenas pôr em prática o mais básico princípio de administração financeira: gaste
menos do que ganha. Veja que interessante: se alguém faz isso mês após mês, além de
sempre ter dinheiro, cada mês terá mais dinheiro.
Parece simples e fácil. Mas a pergunta que
vem a seguir é: "Como faço para gastar menos do que ganho?" Veja
algumas orientações:
1. Utilize
um orçamento. Um orçamento é uma excelente ferramenta para administrar bem os
gastos, de acordo com os rendimentos disponíveis. Nele devem ser anotados todos
os ganhos, para saber, de fato, quanto se tem para gastar. Em seguida, pode-se
planejar e controlar todos os gastos, de modo que seja possível verificar para
onde está indo o dinheiro.
2. Freie
(neutralize) o seu "impulso consumista". Mesmo que haja dinheiro
disponível, não significa que ele precisa ser gasto. Por mais dinheiro que uma
pessoa receba, sempre haverá onde gastar, pois a tendência humana é ter sempre
mais. As coisas que compramos nos satisfazem por algum tempo (muito curto,
diga-se), depois queremos mais. Por isso, precisamos nos conscientizar e
aprender a controlar esse "impulso", caso contrário, gastar mais do
que ganhamos será freqüente, e os problemas financeiros estarão presentes no
dia-a-dia. Portanto, nunca compre por "impulso": aprenda a
planejar os gastos.
3. Evite ao
máximo comprar a prazo, pois isso significa que está sendo gasto dinheiro que
ainda não foi recebido, comprometendo a renda futura. "Não
devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros..." Rm
13:8.
4. Jamais
compre algo por status. Essa é uma das principais causas pelas quais as
pessoas envolvem-se em dívidas, pois, comparando-se com os outros, acabam
estabelecendo um estilo de vida acima do que a renda permite. Aprenda a
exercitar a humildade e viva com simplicidade: este é o padrão bíblico (Fp
2:3).
5. Antes de
comprar algo, faça a si mesmo perguntas como estas:
- É
desejo ou necessidade? É realmente necessário e útil ou totalmente supérfluo?
- Já verifiquei a relação
custo x benefício?
- Haverá despesa de
manutenção? Posso suportar tal despesa?
- Quanto tempo preciso
trabalhar para ganhar tal quantia?
- Os benefícios compensam
o esforço que fiz para obter o valor do bem?
- Há algo mais importante
onde devesse gastar (ou investir) este dinheiro?
Infelizmente, na nossa cultura, é incomum
as pessoas planejarem os seus gastos. Elas simplesmente compram e depois é que
começam a pensar como é que vão pagar. Acabam comprometendo a renda com as
contas. Nunca sobra. Mas o desejo de comprar continua e então fazem mais
contas. Tudo o que compram, compram a prazo. Por causa disso, uma boa parte da
renda dos próximos dois ou três anos já está comprometida. Fazer dívidas
tornou-se um hábito. O péssimo Hábito da Dívida, ou seja,
primeiro comprar, depois pagar.
Cuidado para não adquirir o Hábito
da Dívida, pois ele certamente criará um ciclo vicioso e vai ser difícil
sair dele. A pessoa que tem o Hábito da Dívida costuma assumir
prestações até o limite do que recebe. Então, quando a renda aumenta, ela pode
assumir parcelas maiores, o que faz com que a dívida também aumente. Ou seja,
ao invés de o aumento da renda ser a solução, na verdade, está aumentando o
problema.
Perceba, então, que se alguém está nesse
ciclo vicioso da dívida, é absolutamente certo que, um dia, ele vai causar problemas,
pois mais cedo ou mais tarde, por um fato qualquer (doença, perda do emprego,
velhice), não será possível pagar em dia todas as contas. Pronto, os problemas
financeiros estarão definitivamente presentes e precisarão ser enfrentados.
Quando os problemas aparecem, uma das
primeiras coisas que temos a tendência de fazer é reclamar de Deus. Antes de
reclamar por sua condição financeira, já parou para pensar em como você
administra o dinheiro e os bens que Ele lhe concede? "A
falta de juízo [financeiro?] é o que faz a pessoa cair na desgraça, no entanto
ela põe a culpa em Deus" Pv 19:3.
Eis aí razões para não se ter dívidas:
1. Perder o
emprego e a remuneração é algo que pode acontecer. Se alguém está endividado,
no Hábito da Dívida, certamente esse fato vai gerar instabilidade
imediata em suas finanças.
2. Se por
algum motivo pagamentos forem atrasados e houver inadimplência, o cobrador
começar a bater à porta ou o nome do devedor for inscrito no cadastro do SPC ou
da SERASA (sistemas de proteção ao crédito), será que seria possível dormir
tranqüilo? Será que isso causaria transtornos no lar? Sabemos que problemas
relacionados às finanças provocam muitos desentendimentos familiares e estão
entre as principais causas de divórcios.
3. Ao fazer
dívidas, provavelmente juros muito altos serão pagos, então boa parte do
esforço feito no trabalho será para pagar juros. Em geral, dinheiro que está
sendo jogado fora.
4. Dívida é
escravidão. "O rico domina sobre o pobre; quem toma emprestado é
escravo de quem empresta" Pv 22:7.
5. Dívida é
maldição. Você já ouviu alguém dizer: "Como eu sou abençoado, estou cheio
de dívidas?" A dívida aproxima maldições, e não bênçãos, da vida de uma
pessoa.
Em alguns poucos casos, talvez pudéssemos
considerar a possibilidade da dívida, como na compra de um imóvel, por exemplo,
se for com minucioso planejamento. Mas, muita atenção: é comum ouvirmos que
pagar aluguel é jogar dinheiro fora, e isso não é necessariamente verdade, pois
pagar juros de financiamento pode ser mais caro que pagar aluguel. Portanto,
muito cuidado com financiamento imobiliário ou consórcio, pois pode ser um
péssimo negócio. Não é recomendável assinar um contrato sem antes buscar
conselhos consistentes, calcular cuidadosamente e verificar as implicações das
prestações no orçamento familiar, para que isso não tire a tranqüilidade e não
venha a ser mais um problema.
Nas demais aquisições, seja de
eletrodomésticos, móveis ou vestuário, além de todos os gastos do dia-a-dia, procure
exercitar o Hábito da Poupança, ou seja, primeiro economizar,
depois comprar. Gastar aquilo que já foi ganho. A Bíblia diz que é sábio
economizar (Pv 21:5,20). Na vida da maioria das pessoas haverá períodos de
escassez, quando as circunstâncias serão adversas. Por isso, os especialistas
financeiros aconselham as pessoas a manter, no mínimo, uma poupança equivalente
de três a seis vezes o total dos gastos mensais. Essa é uma atitude sábia de
proteção para evitar problemas financeiros. A maioria das pessoas, no entanto,
não consegue ou não quer pôr esse conselho em prática e "prefere"
permanecer endividada.
Além do que foi exposto até aqui, ainda é
necessário abordar um tópico primordial: não há boa administração financeira
pessoal sem que sejam considerados dízimos, ofertas e generosidade. Tudo
que citamos até agora terá pouco valor se não permitirmos que Deus faça parte
de nossas finanças.
"Honre o Senhor com todos os
seus recursos e com as primícias de toda a sua renda" Pv 3:9. Isso
significa que devemos priorizar dar a Deus uma parte de nossa renda. As
contribuições devem ser entregues como um ato de obediência e gratidão a Deus,
e não como negociação com Deus. Dar o dízimo permite expressar nossa gratidão
pelo privilégio de ganhar um salário e também demonstra a compreensão de que
não somos os donos dos nossos recursos, somos apenas administradores do
dinheiro que Deus nos permitiu ganhar. Portanto, devemos também honrar a Deus
com os nossos bens (casa, carro, televisão, móveis e computador, etc.), ou
seja, com tudo o que temos (100%), e não apenas com 10% dos nossos rendimentos.
"Lembrem-se: aquele que
semeia pouco, também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também
colherá fartamente. Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com
pesar ou por obrigação, pois Deus ama a quem dá com alegria" 2Co
9:6-7. Há muitas oportunidades de contribuir e ofertar: a obra do Senhor
precisa ser sustentada, a igreja precisa ser mantida, missionários precisam ser
enviados, Bíblias precisam ser distribuídas, etc. Para refletir: será que
alguém que está endividado pode ter alegria em ofertar? Eis aí mais um bom
motivo para não se ter dívidas.
Além de dízimos e ofertas, há ainda a
generosidade. "Pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e
prontos a repartir" 1Tm 6:18. "Há quem dê
generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam dar, e
caem na pobreza. O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio receberá"
Pv 11:24-25. Dê ofertas e pratique a generosidade mesmo
enquanto você tem pouco, pois, se esperar ter muito para começar a fazer isso,
pode ser que nunca faça. Assim como nas ofertas, Deus também se alegra quando
somos generosos, principalmente quando o fazemos de coração.
Um dos principais textos da Bíblia diz: "Ame
o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu
entendimento. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a
ele: Ame o seu próximo como a si mesmo" Mt 22:37-39. Com as
nossas finanças, como podemos demonstrar amor ao Senhor? Dízimos e ofertas. E
como podemos demonstrar amor ao próximo? Generosidade.
Se houver interesse em ler mais sobre
esses assuntos, principalmente se estiver enfrentando problemas financeiros,
recomendamos a leitura do capítulo 12 do livro "Como ser um Cristão
Autêntico", de Bill Hybels, Editora Vida (www.editoravida.com.br) e do
livro "O Seu Dinheiro", de Howard Dayton (www.udf.org.br). Seja qual
for o tamanho do problema financeiro, acredite, é possível sair dele.
Que o Senhor lhe conceda sabedoria para
administrar as finanças conforme a Sua vontade.
"Assim, se vocês não forem dignos de
confiança em lidar com as riquezas deste mundo ímpio, quem lhes confiará as
verdadeiras riquezas?" Lc 16:11.
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